Se eu pudesse descrever em palavras o amor que sinto pela vida, eu diria, mas o que sinto está além das palavras, além das imagens, além muito além. Dentro de mim há um universo infinito, que se revela quando estou em movimento, por isso danço por isso eu atuo !
Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Dança Khaleege ou Khaliji


Em árabe, esta palavra significa "golfo". Dança dos países do Golfo Pérsico e Península Arábica.
Tradicionalmente feita por mulheres e em grandes círculos, mas hoje homens também podem dançar.
Há 03 estilos de Khaleege:

     1) Tribal: do Golfo Pérsico
     2) Iraquiano: Influência cigana, parecido com o que vemos hoje
     3) Maghreb: Influência do Norte da África.

Para o 1. e o 2. estilo, a roupa típica é uma bata larga e cumprida, de um tecido fino, com bonitos bordados na frente. Por baixo, pode-se usar calça "jeannie" ou vestido. As bailarinas profissionais podem usar a roupa tradicional de 02 peças usadas na dança do ventre. Não se usa nada no quadril. Nestes estilos, usa-se uma marcação muito simples com o pé (lembra um movimento pequeno e rápido, feito na areia do deserto), movimentos de ombros e cabeça, enfatizando o balanço dos cabelos. No estilo Iraquiano, usam também as mãos batendo no corpo, o que certamente é de influência cigana, uma alusão aos antepassados em tempos remotos. Marcam o quadril ajustando a bata a ele. A destrreza com a bata e a agilidade das mãos é imprescindível.
Tradicionalmente, pintavam-se com henna a mão, o queixo, a testa e os olhos.Usavam um enfeite de ouro do nariz à testa.
Para o estilo Maghreb, a roupa típica também é a bata, porém usam lenços no quadril e calças por baixo. Os bordados são mais pobres. O quadril é mais forte, evidenciado pelo lenço. Os movimentos de cabeça não são usados.

As mujheres usavam um incenso, elas quase sentavam no incenso, deixando que a fumaça entrasse pela bata. Assim, o aroma era espalhado enquanto executavam os movimentos com ela.
O ritmo utilizado é o Khaleege ou Soudi.

Tahtib ou Dança do Bastão


Dança tradicionalmente executada por homens, hoje em dia também praticada por mulheres.
Esta Dança é uma espécie de "luta", onde os homens mostravam sua força e habilidade com bastões de +/- 1,60 mts., bastante pesado. A bengala tbém era usada, mas nas regiões pastoreiras, e não pelos gawazzis. As roupas utilizadas são as galabias, que podem ser 02 sobrepostas (uma colorida por cima e preta ou branca por baixo). Também usam kafias e tecidos enrolados na cabeça.
No caso das mulheres, a dança ganha charme e feminilidade, combinando força e delicadeza. A destreza com o bastão também é ressaltada. A roupa tradicional é um vestido bem fechado, com mangas e sem muito decote, geralmente reto e com duas aberturas laterais. No quadril um cinto simples ou um tecido. O bordado é simples, muitas pastilhas. Pode-se usar lenços na cabeça.
O ritmo utilizado é o Saaidi.


Dança Guedra




Dança do Sul do Marrocos, com movimentos muito antigos e simbólicos. É uma dança ritual que, como o Zaar (vide Zaar), tem a finalidade de afastar as doenças, o cansaço e os maus espíritos. A palavra Guedra significa "caldeirão" e também "mulher que faz o ritual". Eles forram um caldeirão com couro e usam de tambor, este caldeirão é o guedra.

Executada por povos bérberes da região do Marrocos (há mais de 200 tribos diferentes, onde a principal é a "Tuareg" ou "povo azul") somente as mulheres dançam, estas são cobertas totalmente por véus negros e entram tocando sinos. Estes povos dizem que os maus espíritos tem medo do poder feminino, e é por isso que somente elas dançam e os homens das tribos cobrem seus rostos com tecidos no seu dia-a-dia.

Os homens azuis são respeitados como guerreiros e comerciantes, e as mulheres mantem com seu poder feminino, a harmonia do lar.

Durante a dança, elas usam um acessório na cabeça feita de arame e madeira (parece coroa), trançada na própria cabeça, e enfeitada com pedras preciosas e seda. A roupa parece muito com um sari indiano, enrolada ao corpo (a parte de baixo lembra uma saia colegial comprida cheia de pregas) e o que sobra é jogado sobre a cabeça e ombros.

Durante a dança, elas batem palmas, gritam, as mãos abençoam as pessoas (como se as mãos estivessem espirrando água nas pessoas). Estes movimentos são feitos 3x para cada direção (norte, sul, leste e oeste). Depois, movimentos em direção ao fígado, coração e cabeça para as pessoas e para ela própria. Depois, tiram o sari do rosto e continuam fazendo movimentos com as mãos. O canto dos que assistem se modifica e mais parece um lamento gutural.

No final, ela vai se ajoelhando, acalmando a respiração e termina no chão, desmaiada. 

Um homem pode dançar, mas não faz o ritual. Ele usa uma roupa parecida com a bata de Khaleege, com mangas encolhidas, mas sem movimentos das mãos.

O ritmo utilizado é o Guedra, que é constante e tem as batidas do coração.

     Curiosidades:
     1)No Oriente, não se diz que a pessoa mora no coração, mas sim no fígado, pois o coração é instável.
     2) Esta dança pode ser observada num trecho muito pequeno no filme "O céu que nos protege".
 
 
 
 

 
 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Orações

   Em Romanês:

Manglimos Katar e Santa Sara Kali Tu Ke San Pervo Icana Romli Anelumia Tu Ke Biladiato Le Gajie Anassogodi Guindiças Tu Ke daradiato Le Gajie, Tai Chudiato Anemaria Thie Meres Bi Paiesco Tai Bocotar Janes So Si e Dar, E Bock, Thai O Duck Ano Ilô Thiena Mekes Murre Dusmaia Thie Açal Mandar Thai Thie Bilavelma Thie Aves Murri Dukata Angral O Dhiel Thie Dhiesma Bar, Sastimôs Thai Thie Blagois Murrô Traio Thie Diel O Dhiel.

   Tradução livre:

Tu que és a única Santa Cigana do Mundo. Tu que sofrestes todas as formas de humilhação e preconceitos. Tu que fostes amedrontada e jogada ao mar. Para que morresses de sede e de fome. Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha advogada perante à Deus. Que Tu me concedas sorte, saúde e que abençoe a minha vida. AMÉM.

   Oração de Santa Sara Kali

   Sara, Sara, Sara, fostes escrava de José de Arimatéia, no mar fostes abandonada ( pedir para que nada nos abandone: amor, saúde, felicidade, fé, amigos, dinheiro... ).
   Teus milagres no mar se sucederam e como Santa te tornastes; à beira do mar chegastes e o ciganos te acolheram. Sara, Rainha, Mãe dos Ciganos, ajudaste e a ti eles consagraram como sua protetora e mãe vinda das águas. Sara, Mãe dos Aflitos, a ti imploro proteção para o meu corpo, luz para os meus olhos enxergarem até no escuro ( pedir forças para os seus olhos, vidência ), luz para o meu espírito e amor para todos os meus irmãos, brancos, negros, mulatos, enfim, a todos os que me cercam.
   Aos pés de Maria Santíssima, tu, Sara, me colocarás e a todos que me cercam para que possamos vencer as agruras que a terra nos oferece.
   Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores, espíritos perdidos não me encontrarão e assim como conseguistes o milagre do mar, a todos que me desejarem mal, tu com as águas me fará vencer ( quando a pessoa não está bem e querendo resolver algo muito importante, nesse momento, beber três goles de água ).
   Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores e continuarei caminhando sem parar, assim como as caravanas passam, no meu interior tudo passará e a união comigo ficará; e sentirei o perfume das caravanas que passam deixando o rastro de alegria e felicidade. Teus ensinamentos deixarás!
   Amai-nos Sara, para que eu possa ajudar a todos que me procurem, ajudados pelos poderes de nossos irmãos ciganos. Serei alegre e compreensiva(o) com todos os que me cercam.
   Corre no Céu, corre na Terra, corre no Mundo e Sara, Sara, Sara, estará sempre na minha frente.
   Assim como os ciganos pedem: Sara fique sempre na minha frente, sempre atrás, do lado esquerdo, do lado direito .
   E assim dizemos: somos protegidos pelos ciganos e pela Sara que me ensinará a caminhar e a perdoar.
   Reze três Ave-Marias: a 1ª para Santa Sara, a 2ª para os Ciganos e a 3ª para você.

   Milagroso Canto à Santa Sara

   Farol do meu caminho!
   Facho de Luz!
   Paz!
   Manto Protetor! Suave conforto.
   Amor!
   Hino de Alegria! Abertura dos meus caminhos!
   Harmonia!
   Livra-me dos cortes. Afasta-me das perdas.
   Dai-me a sorte!
   Faz da minha vida um hino de alegria,
   e aos seus pés me coloco,
   minha Sara, minha Virgem Cigana.
   Toma-me como oferenda
   e me faz de flor profana
   o mais puro lírio que orna e traz
   bons presságios à Tenda.
   Salve! Salve! Salve!

Dança Melea-laf



Dança folclórica egípcia, da cidade de Alexandria. Melea-laf significa “lenço enrolado”, o tempo inteiro executada com o “melea”, um lenço de +/- 3 metros, preto, pesado, às vezes bordado com pastilhas nas laterais. O melea está sempre enrolado no corpo da dançarina.
É uma dança do subúrbio de Alexandria, executada somente por mulheres. A roupa típica é um vestido, geralmente bordado com “fru-frus”coloridos, podendo até ser curto, um arranjo de cabeça também de “fru-frus”, um shador feito de crochê ou outro material que forme uma trama de “quadradinhos” no rosto, tamancos e o melea. Esta roupa, de tão colorida, lembra os figurinos de Carmem Miranda. Há quem diga que as “excandaranis” (mulheres de Alexandria) são tão irreverentes que cantam e até mascam chicletes enquanto dançam!
É uma dança muito descontraída e charmosa, e o foco principal é a destreza da bailarina nos movimentos com o melea, que durante toda a dança ganha destaque.
É fácil reconhecer uma música de Alexandria usada para esta dança, pois além de ser bem alegre e despojada, fala da mulher suburbana, e geralmente em seus refrões se ouve: excandarani (mulher de Alexandria), Excandarania (Alexandria), melea (o lenço preto).
No Cairo também se dança melea-laf, porém as músicas utilizadas podem ser não somente as de Alexandria, mas também outra que tenha um ar folclórico, alegre e irreverente.








Dança do Candelabro



Esta dança faz parte das celebrações de casamento e nascimento. Em muitas destas festas a dançarina com candelabro precede a comitiva de convidados acompanhada por tocadores de pandeiro e cantores. O intuito era de iluminar a nova vida da criança ou dos noivos.
A verdadeira el shammadan tinha apenas um prato de latão na cabeça com o castiçal em cima, sem hastes laterais. Mais tarde, as velas ficavam em uma armação metálica com formato de uma grande saia e no centro desta armação a dançarina levava um jarro de água, mostrando uma habilidade surpreendente. Posteriormente, os candelabros foram adaptados às cabeças das dançarinas constituindo a versão atual.
Não há regras quanto à música a ser utilizada. 










sábado, 28 de maio de 2011

Imagens Gitanas


































Raízes do Flamenco



Vários estudiosos pesquisam a etimologia da palavra Flamenco, aplicada aos Bailes e Cantes da Andaluzia. As conclusões são variadas, sendo a palavra relacionada com Flamengos, povo cigano que chegou à Espanha originários da região de Flandres. Outra origem está no árabe felag mengu que significa camponeses nômades.
Outros atestam que as próprias características de cante ardente e flamejante é que originaram a palavra. O Flamenco é uma mistura de culturas, raças, cores, religiões, classes e costumes, com um forte apelo emocional que relata a condição humana de viver dos povos que o formaram. As primeiras referências que se tem do Flamenco, mesmo que incertas, datam de cerca de 1760. O Flamenco nasceu na Andaluzia, Sul da Espanha, em locais como Sevilha, Jerez de La Frontera e Cádiz.


Entre os vários povos que contribuíram para a formação da cultura e arte flamenca destacam-se: ::: EL PUEBLO ANDALUZ - os íberos que se localizavam na parte Sul da Espanha, também conhecidos como "El Pueblo Tartésico" que estabeleceram-se no vale "Del Guadalquivir", tantos anos ou mais que os descendentes das dinastias egípcias às margens do Nilo.


Era um povo muito ligado às coisas espirituais, inexplicáveis, magias e fantasias. ::: LOS ÁRABES - dois povos invadiram a Espanha, cerca do século VII. Ligados pela religião Mahometana, um desses povos eram procedentes da Ásia, região de Damasco e o outro eram os Bérberes, ou Mouros, provenientes do norte da África. Esses povos fundiram seus costumes e seus elementos culturais, música e coreografia principalmente, cuja descendência temperamental revela a união sanguínea Andaluzo-Moura.
Como influência direta pode-se citar o Cante Flamenco, cujas características assemelham-se muito às orações mahometanas. ::: LOS GITANOS - a palavra gitano, cigano, provém do espanhol antigo egiptano, egípcio. As primeiras migrações que se têm indício são no ano de 1447, na época do reinado de Aragón Alfonso V. Aproximadamente nesta data, uma importante tribo gitana entrou na Espanha por Barcelona, espalhando-se por toda península ibérica.
A Espanha foi uma das primeiras nações a ditar disposições coercitivas contra os povos ciganos, sendo que a primeira disposição legal foi ditada pelos reis católicos em Medina del Campo, no ano de 1499. Em 1528, novas disposições foram ditadas contra eles, referindo-se ao estilo de vida errante que levavam porque não tinham ofício para o próprio sustento, viviam de esmolas e de venda de objetos de metal, "enganavam" as pessoas com o uso da magia, além do contabando e furto.
Como condenação à vadiagem, eram açoitados, presos, escravizados e presos. Essa perseguição continuou até 1783, quando Carlos III lhes concedeu os mesmos privilégios dos demais habitantes.
Ressaltamos que quando os ciganos se estabeleceram na Andaluzia passaram a exercer ofícios como ferreiros e comerciantes de roupas e utensílios. O Flamenco é essa mistura de raças e culturas. Nas suas influências também encontra-se o povo judeu e o indiano. Como bem define o grande poeta e escritor Garcia Lorca, o Flamenco é uma das maiores invenções do povo espanhol. As canções trágicas, tristes e emocionantes refletem o sofrimento do povo cigano.